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O Porão

por  Chico Sedrez e João Rosa

RESENHA

Uma nostalgia, uma antropologia, ou uma necessidade? O livro “O Porão”, obra de Chico Sedrez e João Rosa, nos instiga ao resgate da imaginação, criatividade e memória afetiva de fatos pitorescos da nossa história de vida. A coletânea de contos despertou-me o desejo de abrir “O Porão” da infância – marcado pela ausência de tantos estímulos tecnológicos, porém interpelado pela criatividade, pelo afeto e pela simplicidade do ato de brincar. Tampouco, relembrei as histórias de lendas urbanas que apimentavam nossas imaginações junto aos amigos que se reuniam em torno de um violão, uma fogueira ou uma roda de chimarrão para conviver. Cada linha dos textos aqui é um convite à subjetividade e percepção de si mesmo, de forma autoconsciente e autotranscendente. Os contos escritos por Chico, nos remete a encontros com pessoas e sons, com a máxima do estímulo dos sentidos e a memória afetiva de objetos de nossa infância, a exemplo de uma simples bicicleta, capaz de comprometer nossa razão ao lançar-nos a uma multiplicidade sem precedentes de significados e afetos. Do outro lado, João Rosa, detentor de um estilo envolvente e, não menos peculiar de escrever, conduzindo por todo o tempo o leitor à curiosidade, ao resgate da perspectiva – e  da imaginação tão suprimidas pelo imediatismo e dinamismo da contemporaneidade. Ler seus contos é sentir-se dentro da própria consciência, que por sua vez é carregada das mais surpreendentes atitudes humanas. Leitura obrigatória aos que buscam uma viagem à introspecção, memórias e, porque não, ao entretenimento de qualidade.

 

Fábio Augusto Moreno Cavalcante

AUTORES

Chico Sedrez ou Ascanio João, nome de batismo – é filho de Catharina e Ascanio Sedrez, irmão de Maria Angélica, Miguel Ângelo, Marli Terezinha, Marco Aurélio, Maria Helena, Maria de Lourdes, Eunice Catarina e José Augusto, casado com Adriana, pai da Ana Carolina e do João Gabriel, este casado com a Patrícia e pais de sua netinha Catharina. Nascido em 22 de agosto de 1961, em Brusque, SC, estudou com as Irmãs da Divina Providência e com os Padres do Sagrado Coração de Jesus, onde foi seminarista dessa Congregação, entre 1977 e 1986. Veio para São Paulo em 1987, quando abraçou a Educação Católica e continuou a ler e a estudar. Ao longo de todos esses anos atuou profissionalmente com os Irmãos Maristas, com os Jesuítas e com as Irmãs Cabrinianas, com quem continua trabalhando. Constatou que a partilha de vida e de conhecimento, são essenciais não só para seu viver, mas também como maneira de considerar a escrita como uma forma excelente de exposição de realizações. Licenciado em Estudos Sociais, Filosofia e Pedagogia, estudou Teologia e Psicopedagogia, também fez mestrado em Ciências da Religião. Leitor eclético, gosta de contar histórias e escrever, atividade que sempre o ocupou em textos escolares, em crônicas e artigos para revistas e jornais.

João Rosa, 61 anos, nasceu na fazenda Ponte Alta, município de Vista Alegre do Alto, SP. Em 1984, casou-se com Vera Lúcia Simenes, união que geraria o João C. Junior e a Maiara Carolina.  Mudou com seus pais para a fazenda São Benedito – Taiaçu/SP, onde viveu boa parte de sua infância. Em 1976, seus pais, Antonio de Paula Rosa e Jovelina Franco Rosa,  decidiram morar em São Paulo. Na capital, ele e seu irmão caçula Antonio Fernandes, deram sequência aos estudos na E.E. Teotônio Alves Pereira, no Ipiranga. Em 1987 formou-se em Letras, 2002 Pedagogia, contudo, desde 1991 já lecionava em escolas particulares e cursinhos pré-vestibulares. Em 2015, agora como escritor, publicou seu primeiro livro de poesias intitulado Vozes do Coração; em 2017, tornou-se contista, com o livro Sete Contos, Seis Destinos. Em 2018 receberia o convite para escrever a biografia da dupla Caju e Castanha. A ideia de seu terceiro livro partiu de um crime de injúria racial sofrida em uma instituição de ensino, fato que criou marcas e deu-lhe mote para um conto ficcional/novela intitulado: A Cor da Alma, 2019. Em 2020, ficou surpreso com a pré-aprovação no programa da ONU – “Clube de Leitura ODS”, pois abordava um dos 17 objetivos para um mundo mais justo, sustentável e sem discriminações. Ensinou Língua Portuguesa para refugiados e imigrantes no SIPEB – Instituto de Educação São José de Chamberry em 2019. Hoje é professor de Língua Portuguesa e Análise Linguística, para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Colégio Boni Consilii - das Irmãs Cabrinianas, onde conheceu Chico Sedrez e o convidou para ingressar neste mundo mágico. Também leciona Português no Cursinho Unimais Vestibulares.

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